The son of God

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

O Mal Prova que Deus não Existe?
No ano passado, assisti ao filme A Walk to Remember (Um Passeio Ines­quecível). No filme, Jamie Sullivan (a principal personagem cristã, interpre­tada por Mandy Moore), aparece dialogando com o desordeiro Landon Carter (interpretado por Shane West). Como se fosse aberta em relação à fé que professa, ela pergunta a Landon se ele acredita em Deus. Ele, usando lin­guagem blasfema, diz alguma coisa como: "Não, tem muita coisa aconte­cendo no mundo!" Aparentemente, muitas pessoas vêem maldades, sem sentido e desne­cessárias, ocorrendo no mundo e concluem que Deus não existe. Ou tal­vez, quem sabe em alguma outra época, existiu um Deus, mas é provável que agora Ele esteja morto. Alvin Plantinga diz assim: "Muitos crêem que a existência do mal (ou, pelo menos, o mal na quantidade e variedade que encontramos hoje) torna a crença em Deus sem fundamento e racional­mente inaceitável".1 Os teólogos William Hamilton e Thomas Altizer conclu­íram, sem rodeios, que Deus está morto. Outros crêem que se existe um Deus, Ele, com certeza, não tem razões morais o suficiente para permitir que essas maldades horríveis ocorram. Assim, o problema do mal representa o conflito entre três realidades: o poder de Deus, a benevolência de Deus e a presença do mal no mundo. O bom senso nos diz que as três não podem ser verdadeiras ao mesmo tem­po.2 A solução do problema do mal envolve modificar uma ou mais dessas três opções: limitar o poder de Deus, limitar a benevolência de Deus ou modificar a existência do mal (como, por exemplo, chamá-lo de ilusão).3 Caso Deus não afirmasse sua própria bondade, com certeza, seria mais fácil explicar a existência do mal. No entanto, Deus afirma ser bom. Se Deus tivesse poder limitado e fosse incapaz de opor-se ao mal, então seria mais fácil explicar a existência do mal. Entretanto, Deus afirma ser Todo-poderoso. Se o mal fosse apenas uma ilusão logo o problema, de fato, não existiria. Contudo, o mal não é uma ilusão, é dolorosamente real.4 Hoje, enfrentamos a realidade do mal moral (que é cometido por agen­tes morais independentes, incluindo coisas como a guerra, o crime, a crueldade, o conflito de classes, a discriminação, a escravidão, a limpeza étni­ca, homens-bomba e outras injustiças) e do mal natural (que inclui terremoto, enchentes, furacões e outros equivalentes). Deus é bom e Todo-Poderoso e, apesar disso, o mal existe. Em razão de o mal existir e de não poder ser conciliado com um Deus bom e Todo-Poderoso, muitas pessoas escolhem simplesmente a total rejeição da crença em Deus. David Hume, H. G. Wells e Bertrand Russel, proeminentes pensadores, pertencem a esse grupo.5 Hume, de maneira sucinta, defendeu isso quan­do escreveu sobre Deus: "Ele quer evitar o mal, mas não é capaz? Então, Ele é impotente. Ele é capaz, mas não quer fazer isso? Então, ele é sádico. Ele é capaz e quer: então por que motivo o mal existe?"6 Se existe um Deus — Ele tem de ser totalmente bom e Todo-Poderoso —, assim há questionamentos quanto às atrocidades, como as que Hitler cometeu, o assassinato de seis milhões de judeus, que nunca deveriam ter acontecido. Os cristãos, com certeza, concordam o que Hitler fez com os judeus foi um horrendo e inescrupuloso crime. Mas a categorização das ações de Hitler como mal faz surgir um importante ponto filosófico. Conforme muitos pensadores observam, se alguém afirma que o mal existe no mundo, pri­meiro, deve perguntar-se qual o critério adotado para julgar que alguma coisa é má.7 Como é possível julgar que determinadas coisas são boas ou más? Por qual padrão moral de devem avaliar pessoas e eventos? Robert Morey, apologista cristão, explica desta maneira: Como você reconhece o mal quando o vê? Por meio de que processo você reconhece o mal? [...] Minha visão — como Sócrates, muito tempo atrás, já demonstrou — é a seguinte: para fazer a distinção entre indivíduos bons e maus deve-se ter um [padrão] universal ou absoluto. Uma vez que se admi­ta isso, então, o resultado final diz que, sem um ponto de referência infinito para o 'bem', a pessoa não pode identificar o bem nem o mal. Apenas Deus pode esgotar o significado ilimitado de bem. Portanto, sem a existência de Deus, não há 'mal' nem 'bem' em um sentido absoluto, pois tudo é relativo. O problema do mal não nega a existência de Deus. Na verda­de, ele a exige.8 O ponto, portanto, é que é impossível distinguir o mal do bem, a menos que se tenha um ponto de referência ilimitado do que é absolutamente bom.9 Caso contrário, seria como alguém que estivesse em um bote no mar, em uma noite encoberta e sem bússola — quer dizer, não haveria como distin­guir entre o norte e o sul. Deus é nosso ponto de referência para distinguir entre o mal e o bem.


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